Uma canção pra Mariana

Não é bem uma canção, não sei escrever canções, nem poemas

Mas sei escrever o que eu sinto

Das coisas que fazem parte de mim e me tocam

Das coisas que me fazem forte, fraca, alegre e sozinha.

Mariana é uma dessas coisas

Mariana não é Mariana

É Mari, para os íntimos.

E Mari está triste por esses dias

Consigo ver seu rosto triste, pedindo abraço

Os olhos molhados e o queixo trêmulo

Como quem vai logo, logo começar a chorar.

Mas Mari, não fica assim, não fica assim que eu estou aqui

Eu estou aqui, eu estou aí

E você está em mim, e se você sofre eu sofro.

Ontem de noite teu aperto virou meu aperto

Tua solidão virou minha também.

Ah Mari, tu está longe e triste.

Não posso mudar tua tristeza,

Mas podíamos estar tristes

E juntas,  

E andar por aí, dividindo a dor, rindo das nossas desgraças

E desse mundo mau, desse tempo ruim, desse mês estranho.

Não sei dar conselhos, nem receber

Em geral eles não servem, eles não curam , não adiantam de nada

Quando o que a gente quer é que nada tivesse acontecido

E o tempo, o tempo cura

Cura?

Quanto tempo leva pra curar? E até lá?

Pode doer mais? O que eu faço?

Vai ser ruim assim todos os dias? Por quê?

Meus dias serão apenas só a espera de que tudo melhore?

Ou eu tenho que viver mesmo assim, ferida, machucada?

Ah Mari, Mari, Mari

Se tu estivesse aqui a gente ouvia tuas músicas

Compartilhava os fones

As dores, as tristezas.

Não ia passar, não faríamos o tempo voltar

E nem mudaríamos o passado, as pessoas e o que elas (não) nos fizeram

Mas estaríamos juntas

E te ter por perto, mesmo na tristeza

Já é uma alegria.